sexta-feira, 9 de junho de 2017
quinta-feira, 8 de junho de 2017
No-Knead Bread - Pão sem Sova (com fermentação natural)
Essa foi
a minha primeira receita com fermentação natural. Quando vocês lerem a
receita, vão entender o porquê de tê-la escolhido.
Extremamente
fácil, você só precisa misturar rapidamente farinha, água, sal e fermento (Levain)
e deixar descansar durante a noite. No dia seguinte (ou depois de 12 horas), é
só modelar, descansar um pouco mais e assar. Não precisa sovar!!! O longo
descanso faz com que o glúten desenvolva da mesma forma que se desenvolve
quando a massa é sovada. O resultado??? Incrível!!!
Ingredientes:
- 270g de
farinha de trigo
- 60g de
levain (100% de hidratação - devidamente alimentado e ativo)
- 4,5g de
sal (1 colher de chá)
- 180g de
água (180ml)
Você só vai precisar de uma tigela para todo o processo.
Uma
balança digital também vai ser primordial para acertar as proporções e ter
resultados constantes.
Na tigela
misture com uma colher de pau a farinha de trigo com a água e o fermento
natural, somente depois de bem misturado adicione o sal (em contato direto com
o fermento ele pode matar as leveduras).
A massa ficará
bem pegajosa.
Cubra com
plástico filme e deixe descansar por 12 horas em temperatura ambiente.
Após 12
horas a massa deverá ter crescido bastante, dobrando ou até triplicando seu
volume original.
Enfarinhe
generosamente uma bancada e coloque a massa. Raspe a tigela com uma espátula
para retirar toda massa.
Polvilhe
mais farinha por cima da massa e abra-a delicadamente com as mãos, formando um
retângulo.
Dobre um
terço e depois o outro terço, formando um retângulo comprido.
Faça mais
duas dobras, no sentido contrário, formando um "pacotinho".
Vire a
emenda para baixo e, com a lateral das mãos, vá empurrando a massa para baixo,
arredondando-a e provocando tensão na superfície. Se necessário, polvilhe com
mais farinha.
Polvilhe
fartamente um cesta ou banetton com farinha de trigo e deite a massa de
cabeça para baixo (a emenda fica para cima). Se você não tiver uma cesta ou banetton
(cesto de vime próprio para descansar massas de pão), use um escorredor de
macarrão ou a bacia da batedeira forrada com um pano de prato limpo, seco e bem
enfarinhado.
Cubra com
um pano seco e limpo e deixe descansar durante uma hora e meia.
Este
tempo pode ser um pouco menor ou maior, dependendo da temperatura ambiente.
Após uma hora, preaqueça o forno a 250°C, com uma panela de ferro fundido
tampada dentro (eu utilizei uma panela de inox com tampa – 21 cm de diâmetro).
A panela vai preaquecer junto com o forno. Se você tiver um termômetro de
forno, controle a temperatura.
Certifique-se
que sua panela tem um puxador que resista a altas temperaturas.
O forno
levará cerca de 30 minutos para preaquecer, perfazendo, assim, o tempo do
crescimento do pão. Uns 5 minutos antes de completar este tempo, prepare o pão
para assar. Para isso, você vai precisar de um pedaço quadrado de papel
manteiga culinário, um prato raso e uma lâmina para fazer cortes na superfície.
Descubra
o pão e verifique que ele dobrou de volume.
Cubra-o
com o papel, e por cima do papel o prato.
Vire e
retire a cesta com cuidado para não deflacionar a massa.
Faça
alguns cortes com uma lâmina ou faca afiada, para que o pão consiga expandir
melhor e também para decorá-lo.
Retire a
panela do forno, usando luvas, já que ela estará muito quente. Apoie a panela
quente numa grade ou na grade do fogão, retire a tampa e coloque o pão lá
dentro, com papel e tudo. O papel vai auxiliar na colocação do pão dentro da
panela sem que ele perca volume.
Tampe a
panela e volte ao forno, ainda a 250°C por 30 minutos.
Após esse
tempo, retire a panela do forno novamente e destampe-a. O pão já estará
crescido e levemente dourado.
Volte ao
forno, desta vez diminuindo um pouco a temperatura para 230°C. Asse por mais 25
minutos ou até terminar de corar.
Retire do
forno e passe o pão para uma grade para esfriar antes de cortar e saborear. Use
as pontas do papel para levantar o pão de dentro da panela.
Para ter certeza
que o pão está devidamente assado, bata no fundo com os nós dos dedos, o
barulho deve ser choco (oco).
Para ter acesso a receita com fotos do passo a passo acesse: Testado, Provado e Aprovado.
Para ter acesso a receita com fotos do passo a passo acesse: Testado, Provado e Aprovado.
Postado por
Iza Mendonça
às
14:00
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Fermentação Natural - Levain
A
fermentação natural, também conhecida como Levain, Sourdough, Massa Madre dentre outras denominações, é a
forma mais primitiva de levedar uma massa de pão. Existe há milhares de anos,
quando não existiam os fermentos industrializados. Esse método de fermentação é
bem mais lento, mas no melhor estilo "slow food", vai resultar
em pães mais rústicos, com sabor mais acentuado, além de ser melhor digerido
devido aos longos períodos de fermentação.
Iniciei
nessa jornada à mais ou menos um mês, mais precisamente no dia 26 de abril,
essa é a data do nascimento do “Olaf”, que hoje se tornou “Snow” por estar
sendo alimentado apenas com farinha branca.
O cultivo
de um fermento natural leva, em média, uma semana. O meu levou 11 dias para
estar a todo vapor. Esse tempo depende de vários fatores, como temperatura
ambiente, tipo e qualidade da farinha, qualidade da água, etc. Mas esse tempo
de criação só acontece uma vez. Depois que o fermento estiver ativo e estável,
poderá ser guardado na geladeira e alimentado a cada 1 ou 2 semanas. Quando for
usar o seu fermento, basta lembrar de retirá-lo da geladeira no dia anterior,
alimentá-lo e aguardar que a atividade se reinicie.
A
preparação do fermento natural é bem simples, você só vai precisar de farinha
de trigo e água filtrada (sem cloro) ou mineral, que foi a minha opção, sempre
em temperatura ambiente, uma colher para misturar, um recipiente de vidro
transparente (para visualizar o processo, uma caneta para retroprojetor e uma
balança. A balança é importante para determinar o nível de hidratação do nosso
fermento, mas a falta dela não impede que você tenha bons resultados.
A farinha
pode ser branca, integral, de centeio ou outras tantas. Os resultados serão um pouco
diferentes, os aromas também. Eu iniciei com uma proporção de 50/50 de farinha
de trigo branca tipo 1 e farinha de trigo integral. Mas para simplificar as
coisas, depois de duas semanas comecei a alimentar somente com a farinha branca.
De qualquer forma, depois da primeira fase de criação, seu fermento pode ser
facilmente transformado em fermentos de outros tipos de farinha.
Li muito
a respeito antes de decidir qual método de cultivo utilizar e optei por aquele
que julguei mais fácil. Quem quiser dar uma olhada, tem tudo muito bem
explicado aqui: Testado, Provado e Aprovado.
Só para
constar, alguns métodos são mais elaborados, envolvem adição de suco de frutas
e descarte. O método que escolhi, funcionou muito bem, logo na primeira
tentativa, então não vi necessidade de testar outros.
Se você quer se aventurar nesse
mundo delicioso que é a produção de pães artesanais vem comigo!
1º Dia -> Em um
pote de vidro (usei um pote de 500ml com tampa). Você pode usar um copo ou um outro
recipiente qualquer, coberto com um pano limpo.
Misture
30g (30ml ou aproximadamente 2 colheres de sopa) de água filtrada ou mineral
dentro do pote com 15g (2 colheres de sopa) de farinha de trigo (tipo 1) e
misture bem.
Acho
interessante conferir aroma e textura para entender o que está ocorrendo: Nesse
primeiro dia o cheiro será de farinha!
Faça uma
marca com a caneta no nível da mistura, anote o dia e a hora. Tampe o vidro sem
vedar.
Deixe em
temperatura ambiente entre 22° e 26°C. Quanto mais baixas as temperaturas, mais
lento será o processo. No entanto, temperaturas muito altas, acima de 30°C
devem ser evitadas pois favorecem o aparecimento de micro-organismos
indesejáveis que podem até matar o seu fermento
2º Dia -> Depois de 24 horas,
pouca coisa mudou visualmente. Hoje iremos mexer a mistura algumas vezes
durante o dia. Isso favorece a atividade das bactérias e leveduras que habitam nossa
cultura.
Confira textura e aroma, hoje deve
estar um pouco mais líquido e com um aroma levemente azedo.
3º Dia -> Chegou a hora de
alimentar nossa cultura. Junte ao pote:
30g (30ml
ou 2 colheres de sopa, aproximadamente) de água filtrada ou mineral
30g (4
colheres de sopa) de farinha de trigo branca (tipo 1)
Misture
vigorosamente para que não fiquem pelotas de farinha. Marque o nível da mistura
com a caneta. Marque também o dia e a hora.
Ao longo
do dia, mexa algumas vezes. Observe o que acontece e não esqueça de verificar o
cheiro da cultura. No final do dia deverá apresentar as primeiras bolinhas.
Se o seu
fermento ainda não apresenta atividade, não se preocupe, é normal que demore um
pouco mais dependendo do ambiente e ingredientes usados. O precisa ser observado
é se está aparecendo algum tipo de bolor ou cheiro de estragado. Nesse caso é
melhor descartar e começar novamente, talvez com uma outra marca ou tipo de
farinha. O cheiro azedo (parecido com cheiro de polvilho azedo) é normal e é
bem diferente de cheiro de estragado!
4º Dia -> Hoje vamos
equilibrar a hidratação para 100% e mantê-la assim daqui pra frente.
Hidratação
100% = mesmo peso de farinha e água. Junte ao pote:
15g (15ml
ou 1 colher de sopa) de água filtrada ou mineral
30g (4
colheres de sopa) de farinha de trigo
Misture
vigorosamente. Marque o nível da mistura com a caneta. Marque também o dia e a
hora.
Mexer ao
longo do dia sempre que lembrar. E caso o nível da cultura tenha crescido,
marque com a caneta e anote o horário.
5º Dia -> Junte ao pote: 30g de
água (30ml ou 2 colheres de sopa)
30g de
farinha de trigo (4 colheres de sopa, aproximadamente)
Mexa
vigorosamente até ficar bem homogêneo. Siga o método de marcação do nível da
cultura para acompanhar o desenvolvimento.
6º ao 11º Dia -> Se o seu fermento estiver bem ativo você pode parar por aqui o
processo de criação e partir para a sua primeira receita. Caso ainda precise
continuar por mais alguns dias é só repetir o procedimento do 5º dia até
atingir o resultado desejado. Eu precisei alimentar a minha cultura até o 11º
dia que foi quando percebi que a atividade havia atingido o seu auge. Por isso
é importante fazer as marcações com frequência.
No caso
de encerrarmos o processo de criação, você deve separar a quantidade que irá
utilizar na receita, alimentar o restante (sobra) conforme o 5º dia, aguardar
mais ou menos duas horas e guardar em um vidro limpo e tampado na geladeira.
Dessa forma ele irá “hibernar” e deverá ser alimentado somente após 1 semana.
Quando for utilizar novamente, retire o fermento da geladeira no dia anterior,
alimente e deixe em temperatura ambiente até a sua utilização.
Para
testar o meu fermento, escolhi uma receita bem simples e pouco trabalhosa e me
encante com o resultado. Depois dessa não consegui parar mais!
Postado por
Iza Mendonça
às
13:36
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